Se a gente for olhar o calendário de datas comemorativas, todo dia é dia de alguma coisa – algumas delas justas, outras nem tanto. Hoje é uma dessas datas que merece reflexão. O Brasil comemora 521 anos do “descobrimento”.
A matéria prima do Brasil é o povo brasileiro. Que em sua maioria, me recuso a acreditar que não, é generoso, solidário e gentil. Trabalhador, carismático, bondoso, irreverente, forte e feliz – convive pacificamente sabendo respeitar as diferenças.
Um País que não conhece sua história, certamente tem mais dificuldade em construir um futuro promissor. Começo por dizer que a história não é uma disciplina estática. O chamado descobrimento do Brasil era comemorado em 03 de maio até 1930 – o governo Getúlio Vargas mudou para 22 de abril.
Não se descobre a roda, o que se vê em muitos casos é uma tentativa de reinventá-la. É preciso valorizar a história, corrigindo os erros. Ao chegar por aqui com mais 13 caravelas em 1500, Pedro Álvares Cabral nada descobriu, mas sim deu início a um processo de colonização – os povos indígenas já viviam por aqui há centenas de anos.
Nos aniversários, o mais comum é exaltarmos as qualidades do aniversariante. No Brasil do nosso tempo, essa pode ser uma tarefa mais difícil dada a falta de credibilidade dos principais líderes e figuras da República. Parte dos cidadãos, enquanto sociedade, também estão devendo mais carinho com o País. Mas, é preciso ter fé.
Eu fico com a parte da beleza natural, as matas, florestas, o mar, os rios, os bichos. O Norte e o Nordeste, Sul e Sudeste – Centro Oeste. Eu fico com a cultura popular, com a criatividade, a irreverência e o carisma da nossa boa gente.
Eu fico com o sonho de uma nação soberana, que valorize a Educação.
Guto Tavares
Jornalista