Hoje começa a ser votado no Senado o PL 4162/2019, que altera a o marco legal do saneamento básico e prevê, entre outras alterações, a possibilidade de privatização de companhias estatais responsáveis pelo fornecimento de água e saneamento básico para a população.
Tasso Jereissati (PSDB), relator do PL e acionista da Coca-Cola, é um dos principais lobistas pela aprovação do projeto. A privatização da água é uma pauta extremamente grave e perigosa. O maior exemplo é a privatização da Sanepar.
Durante a pandemia de coronavírus, que já dura quase 100 dias, Curitiba sofreu vários momentos pela falta de água. O sistema de abastecimento lá é gerido pela Sanepar, empresa mista com capital aberto. Desde que a Sanepar abriu-se a sócios privados, o governo do Paraná ficou com apenas 20% das ações na administração da companhia. Nesse sentido, prevalece o lucro em detrimento dos investimentos.
Como pode faltar água em Curitiba e demais cidades paranaenses? Por conta da ausência de investimentos. Para o sócio privado, isso seria despesa e diminuição de lucros. Para o consumidor, qualidade de vida e saúde.
O geólogo e professor emérito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Fernando Scheibe, afirmou recentemente que “empresas como a Nestlé e a Coca-Cola têm interesse na privatização porque querem aumentar o controle sobre o mercado da água não só por se tratar de matéria-prima fundamental para seus principais produtos, mas também para explorá-la enquanto commodity”.