A trajetória de Cristo, a mim, tem sentido se servir a nossa reflexão como seres humanos, de modo que na vida íntima e coletiva, enquanto sociedade e civilização, possamos evoluir.
Dois mil anos após a crucificação de Jesus Cristo, quantos semelhantes nossos seguem sendo crucificados, senão na cruz, na miséria, na violência, na injustiça, na desigualdade, no preconceito, na humilhação, na falta de dignidade e sensibilidade humana?
*Muitos!*
Dois mil anos depois, quantos de nós seguimos agindo como agiram os que observaram a crucificação de Jesus de braços cruzados, indiferentes, quando não até apoiando a injustiça, a covardia, relativizando a tortura, menosprezando e se achando no direito de julgar a dor do outro, justificando a violência?
*Muitos!*
Pelo modo como vivemos hoje, intimamente ou em sociedade, dois mil anos atrás, no Calvário de Jesus, aos arredores de Jerusalém, como teria sido a nossa postura? Estaríamos ao lado dos que sofreram vendo a dor daquele “homem” ser barbaramente torturado? Ou estaríamos ao lado dos que assistiram aquilo com um misto de indiferença e até satisfação?
Como agiríamos quando Pôncio Pilatos perguntou a multidão: “querem que eu solte Barrabás ou Cristo?”. Estaríamos ao lado dos que gritaram crucifica, a Jesus?
Eu percebo que a trajetória, o propósito de Jesus ainda está longe de ser alcançado porque ainda são muitos os que se calam diante das injustiças, não fazem uma verdadeira autocrítica e se omitem da obrigação de minimamente ajudar a construir uma sociedade de paz, com os verdadeiros valores que Jesus veio trazer à humanidade: paz, bondade, justiça, generosidade e solidariedade.
Lembremos sempre, Jesus trilhou seu caminho ao lado dos pobres e desvalidos, não ao lado dos poderosos e sem escrúpulos que ainda hoje usam o nome de Deus para enganar o povo e obter poder financeiro e político.
“Os verdadeiros cristãos devem seguir a Jesus de Nazaré mantendo em seus corações o desejo de servir e não de ser servido”.
Que este feriado nos permita ao menos alguns momentos de reflexão e que cientes de que somos todos falhos, possamos aprender e empregar de fato em nossas vidas alguma lição observada na trajetória de Jesus.
Guto Tavares
Jornalista