Tempos difíceis esse que vivemos e sentimos os efeitos na pele. Começando a moldar nossa pauta da Campanha Salarial para encaminhar ao setor patronal, ao levantar os dados econômicos, vimos o quanto estamos num mato sem cachorro. Vivemos um fenômeno chamado de inflação com baixa demanda.
Ora vejam só, sempre ouvimos falar que o que gera a alta da inflação é a procura maior que a oferta, e desta vez estamos com baixa procura e mesmo assim a inflação em patamares estratosféricos.
A sensação que tenho é que somos um grande barco à deriva, sem timoneiro, sem comandante e isso nos preocupa. Não se enxerga uma ação sequer do governo para controlar a meta inflacionária.
Neste artigo, trazemos aos Trabalhadores e Trabalhadoras o resultado de uma pesquisa cujos números são bem preocupantes. Em breve, vamos sentar com a bancada patronal para negociar nossa convenção coletiva, e a inflação com esses números torna muito difícil conquistar algo que seja favorável à categoria.
Enquanto a equipe econômica do governo Federal chefiada pelo ministro Paulo Guedes comemora uma estimativa de crescimento na ordem de 0,8%, ou seja, menos de 1% até o final do ano, outros dados econômicos são verdadeiramente catastróficos, conforme podemos ver abaixo:
· Inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo INPC: 11.71%
· Cesta Básica aumentou nos últimos 12 meses: 11.91%
· Combustíveis de maneira geral tiveram preço elevado: 33.33%
· Gás de cozinha aumentou nos últimos 12 meses: 50.01%
E já corresponde a 10% do salário mínimo nacional
· Desemprego bate o estrondoso número de 13.7% (fonte Dieese).
Estamos entre os sete países no mundo com maior desemprego, ficando na frente apenas da África do Sul, Sudão, Armênia, Geórgia, Bósnia – Herzegovina e Macedônia do norte. Somos o país com maior índice de desemprego do continente, segundo o site Uol.
Atualmente temos os tristes números, quando falamos de emprego:
· Desempregado (desocupado) = 12 milhões de pessoas
· Desalentados (nem procuram mais) = 4,8 milhões de pessoas
· Taxa de subutilização (fazem bico ou estão no mercado informal) = 24.3 milhões de pessoas.
Agora, vejamos a taxa de desemprego por região. NORTE: 11,2% // SUL: 6.7% // NORDESTE: 14,7% // SUDESTE: 11.2% // CENTRO – OESTE: 8,4% – (fonte IBGE).
Como podemos ver, temos algo em torno de 41 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho formal e decente. Isso nos faz refletir como será a vida dessas pessoas na velhice sem amparo legal da previdência.
É com este cenário completamente desfavorável que teremos que negociar, entre outras coisas, reajuste salarial e PLR daqui a poucos meses, para os Gráficos. Mais do que nunca o Trabalhador precisa estar engajado nessa luta, pois afinal, os frutos colhidos sejam eles doces ou amargos serão degustados por todos.
Francisco Wirton (Chiquinho)
Presidente